sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Algumas anotações

Como já conhecemos parte do universo infantil e de seus interesses na internet, precisamos levantar algumas discussões teóricas que nos tragam reflexões sobre sites, em especial sobre o webjornalismo.

Há algumas semanas, citamos o título de livros relacionados a essa temática. Depois da leitura dos mesmos, conseguimos traçar um perfil das características dessa mídia digital e de como o jornalismo se comporta nesse ambiente.

É claro que em nossa proposta de webjornalismo infantil, tais características precisam ser articuladas com os interesses e necessidades das crianças. Mas é fundamental conhecer mais pesquisas na área, de forma a nos ajudar na construção de um site jornalístico eficiente, que se utilize das ferramentas disponíveis na internet.

A questão da linguagem, formato das informações, valor das imagens, possibilidades hipertextuais e multimídias são pontos que vão nortear nossos trabalhos nos próximos meses, durante a construção do webjornal.

E, ao mesmo tempo, verificaremos como algumas dessas características estão presentes em sites infantis de forma a relacioná-las com o universo infantil que já conhecemos por meio das atividades realizadas no primeiro semestre. Mas também esperamos contar com a ajuda de nossas crianças nessa análise para que possamos observar como o público infantil recebe esses produtos midiáticos, veiculados para ele.

Em meio a todas essas atividades, já estamos dando os passos iniciais para a construção do webjornal. Precisamos ajustar os detalhes técnicos do laboratório e de hospedagem do nosso site e de cronograma com a escola para conseguir realizar mais uma etapa da pesquisa com as crianças ainda em novembro. E assim retomar nosso contato presencial.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A comunicação e sua proposta participativa

Nesta semana, um evento na Unesp levantou algumas questões que permeiam nossa pesquisa, como os conceitos de cidadania e democracia. Como propormos um webjornal infantil que atenda as necessidades e interesses das crianças, estamos relacionando-o com o Direito à Comunicação que esse público tem como cidadão e usuário de mídia.

No trabalho que apresentamos sobre Comunicação Participativa, a partir da proposta do teórico Mário Kaplún, discutimos a importância do diálogo entre produtores e emissores de informações para que haja uma comunicação horizontal que contribua para a formação crítica e cidadã de todos os sujeitos envolvidos nesse processo. A valorização dos receptores, enquanto alimentadores dos meios de comunicação, é fundamental para garantir o direito de comunicar, ao mesmo tempo em que promove a auto-expressão dos indivíduos, favorecendo seu protagonismo social.

Como consideramos o potencial infantil para criticar e opinar sobre a mídia, a qual têm acesso, acreditamos no modelo de comunicação participativa. Em nossa pesquisa-ação, há esse diálogo com as crianças de forma que elas participem da construção do webjornal, com suas indicações por meio das respostas aos questionários e dos desenhos.

É claro que o modelo de participação na mídia precisa de muitas reflexões que não se articulam diretamente ao objetivo central de nossa pesquisa. No entanto, discuti-la é fundamental para nossos estudos na área da Comunicação, além de levantar indagações para futuros trabalhos.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A arte das crianças (parte 2)

Nesta semana, retomamos a atividade realizada com as crianças no dia 29 de maio a fim de analisá-la mais detalhadamente e já pontuar algumas características para o nosso webjornal.

Naquele dia, as crianças expressaram por meio de desenhos como seria um site ideal para elas. A princípio, havíamos observado que algumas crianças desenharam sites que costumam visitar como o Google e o Orkut. E que outras elaboraram novas páginas, indicando o que gostariam que os sites tivessem.

Para fundamentar nossa análise, dividimos os desenhos em duas categorias: uma que englobou os desenhos que fizeram uma cópia, muitas vezes muito fiel, de sites já existentes; e outra que apresentou certas interferências infantis, seja em endereços de sites já existentes ou na criação de um novo site, propondo novos formatos e conteúdos.

A configuração da tela e do endereço dos sites está presente nos dois grupos, o que revela a familiaridade das crianças com a estrutura da WWW, já que os seus elementos estão gravados em suas memórias.

A utilização de cores e formas geométricas também caracterizou muitos desenhos. Observamos que as crianças seguiram certos padrões para dispor os elementos nas páginas, como as colunas que trazem as seções e links dos sites.

Em relação aos conteúdos reproduzidos ou solicitados em sites próprios (algumas crianças criaram o endereço do site com seus nomes e, até mesmo, com o nome da turma), verificamos mais uma vez o interesse pelo entretenimento, principalmente por jogos. As ferramentas de interação e pesquisa também são preferências infantis.

Além disso, percebemos a relação que elas estabelecem com outras mídias por meio da internet, principalmente com os ídolos teens da TV, e o fascínio que a multimídia exerce sobre elas, já que elas não se contentam apenas com textos em seus sites. Elas querem vídeos, músicas e fotos. O valor da imagem, especialmente a infantil, revela que elas querem ser representadas nos sites. Tal fato é confirmado pelos fotologs que muitas crianças mantêm atualizados na rede, além de seus perfis no Orkut que visitamos, já que muitas crianças já são amigas da Tia Mayra Ferreira nessa comunidade de relacionamentos virtual.

Dessa forma, as interpretações desses desenhos infantis, somadas com os questionários no qual observamos a relação das crianças com a internet, estão revelando novas características sobre esse universo infantil. Porém, ainda temos muito material a ser investigado para nos mostrar ainda mais interesses desse grupo de crianças da Geração Net. A arte das crianças continua...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mais sobre crianças...

Há dois meses sem contato presencial com nossas crianças, estamos debruçados na análise dos resultados das atividades de pesquisa realizadas em abril, maio e junho. E para nos ajudar a entender um pouco mais sobre nosso grupo infantil, estabelecemos um contato inicial com as obras de Piaget e Vigotski.

Como nossa pesquisa é na área de comunicação, e a entendemos como um campo transdisciplinar, é importante que trabalhemos na interface com outras áreas do conhecimento, mesmo que de forma breve e complementar ao nosso objetivo maior.

Mergulhar nesse universo infantil, a fim de atender seus interesses, necessidades e expectativas, é uma de nossas metas. Por isso, a psicologia e a educação trazem reflexões fundamentais. Mas é claro que nosso foco continua sendo a comunicação, as tecnologias e o jornalismo, voltados para as crianças.

A construção do webjornal infantil experimental depende muito das análises já iniciadas e das que ainda virão. E, para que tudo esteja articulado à teoria e à prática, são essenciais novas leituras e reflexões, especialmente aquelas que nos ajudem a definir a infância.

Como também estamos em meio a leituras sobre jornalismo na internet, antes de encerrar, devemos fazer uma correção: o livro Modelos de Jornalismo Digital é organizado pelos autores Marcos Palacios e Elias Machado. O livro Cibercultura é que é de autoria de André Lemos.