sexta-feira, 30 de maio de 2008

A arte das crianças

Enquanto não podemos ter o contato direto das crianças com o computador e a Internet, avançamos na pesquisa em sala de aula a fim de conhecer a relação que as crianças estabelecem com os sites que visitam.

Pensando no desenho infantil como marca de expressividade e estímulo à criatividade, pedimos que os alunos desenhassem em uma folha em branco um site, indicando com cores ou não, aquilo que eles gostam. Mesmo as crianças que disseram não saber desenhar expressaram por meio de palavras seus interesses em um site.

Entre os desenhos, temos aqueles que fizeram toda a marcação gráfica do site, como a barra de ferramentas e os endereços. Também há as seções dos sites, tendo como foco os assuntos que estariam linkados à página inicial.

Com relação aos assuntos, prevaleceram os jogos infantis. A ferramenta de busca e pesquisa foi lembrada por muitas crianças. Até mesmo, uma desenhou o site do Google. Como já sabemos do interesse pelo Orkut, uma aluna criou um Orkut para crianças, já que o Orkut existente é proibido para menores de 18 anos. O MSN, o blog e o bate-papo também são seções que as crianças consideram importantes em um site infantil.

Músicas, vídeos e fotos também agradam as crianças. As notícias surgiram como links em alguns desenhos. Houve a sugestão de uma janela para escrever uma notícia. A interação com os usuários do site não foi esquecida. Em alguns desenhos, há a seção “Fale Conosco” e “Conheça quem fez o site”.

Observando essa atividade artística infantil, verificamos a diversidade de assuntos que as crianças gostam e como eles estariam representados em um site, de certa forma criados por elas. Confesso que me surpreendi com muitas idéias e com a expressividade dos desenhos infantis. Durante o período de criação, as fotos que tiramos exemplificam a dedicação e o interesse dos alunos pela pesquisa, sem esquecer, é claro, que estávamos nos direcionando para algo da realidade deles.

Depois desse exercício, voltamos nossa atenção para promover a interação da criança–máquina em um laboratório, quem sabe na Unesp. Na próxima semana, confirmaremos essa possibilidade. Que,a princípio, já agradou, e muito, às crianças!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Algumas soluções?

Muitos telefonemas, conversas e sugestões marcaram essa semana para que pudéssemos encontrar alguma saída para a continuidade da nossa pesquisa de campo, de acordo com os objetivos traçados.
Ainda não encontramos algo definitivo, mas acredito que, nos próximos dias, poderemos definir algo concreto. Assim, não mais veremos um pouco de frustração no contato com as crianças e seguiremos o caminho da pesquisa conforme o planejado, mesmo com um pequeno atraso em nosso cronograma inicial.
Aproveito para agradecer a compreensão da direção e da professora dos alunos com esse problema estrutural e, de certa maneira, adiantar que buscaremos uma solução para que outros pesquisadores e até mesmo professores da escola possam usar o laboratório de informática sem qualquer obstáculo.
Mas enquanto a solução definitiva não aparece, nossa pesquisa não pára. Um encontro com os alunos já está pré-agendado para a próxima quinta-feira! Esperamos encontrá-los com a mesma empolgação e que na sala de aula possamos realizar uma atividade que nos revele ainda mais seus interesses sobre a Internet.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Um pouco de frustração

Conforme tínhamos combinado, ontem, realizamos (ou melhor, tentamos) nossa primera dinâmica da pesquisa. Com a ajuda de um técnico em informática da Unesp, iríamos verificar os sites que as crianças gostam de visitar e o porquê.

Na semana anterior, já havíamos testado os computadores e a conexão do laboratório de Informática da escola. Ao todo, são 9 computadores para alunos e 1 para o professor, o qual não tenho acesso. Conseguimos conectar os computadores e estava tudo ok!

Como as crianças são em grupo de 34, para esta fase da pesquisa, dividimos a sala em dois grupos, de acordo com a ordem da chamada. Alguns ficaram chateados por terem que esperar mais 15 dias para participarem da dinâmica. Entendemos o porquê...eles pouco fazem atividades no laborário e como já verificamos na primeira fase da pesquisa, eles têm uma relação muito forte com a Internet e gostam de participar de atividades que dizem respeito a isso.

No laboratório, com os computadores ligados, as crianças em duplas começaram a acessar sites. Vale lembrar que não deixamos que eles entrassem no orkut, msn e blogs, embora esse fosse o pedido inicial da maioria. Quase 100% desse grupo entrou em site infantis que têm jogos....o site da Barbie também foi lembrado por 3 meninas.

Pedimos para que eles explicassem a escolha dos sites e nos respondessem o que agradava e faltava nos sites. Em um aquivo do Office, eles digitaram suas respostas. Só para constar que a linguagem adotada foi no estilo abreviado da Internet, como costumam se comunicar....

Mas para nossa surpresa e frustação dos alunos, 5 máquinas não conseguiram completar a conexão...em seguida, as outras também perderam o contato com a rede. Diante desse problema estrutural, interrompemos essa fase da pesquisa, apesar de termos verificado de certa forma alguns sites que agradam as crianças e porque elas prefiram acessá-los.

Para continuar essa fase da pesquisa que permite a navegação exploratória dos alunos, buscaremos alteranativas para conhecer ainda mais a relação e os interesses das crianças na Internet. Entraremos em contato com a escola e com Secretaria de Educação para resolver possíveis problemas de conexão que a rede da escola tenha com o programa Intragov.

No mais, esperamos que as crianças compreendam essa dificuldade e nos ajudem também a ver outras saídas para que a construção de nossa pesquisa continue com entusiasmo!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Debates sobre infância

Nessa semana, estive em São Paulo para participar de eventos de Comunicação. Eles foram importantes para discutir alguns pontos de minha pesquisa e receber contribuições de outros pesquisadores. A participação da criança na mídia digital foi o tema central de minhas apresentações, assim como a defesa da valorização do ponto de vista das crianças.
Os colegas que ouviram minhas reflexões puderam conhecer um pouco do meu trabalho e da proposta de construção do webjornal em colaboração com os interesses das crianças da pesquisa.
Além disso, pude divulgar este blog e espero receber comentários que possam ajudar no debate sobre a interação em um ambiente virtual. Alguns desses colegas disseram que vão indicar o blog para filhos, alunos e professores. Espero que isso aconteça para aumentarmos as discussões sobre o Jornalismo Infantil e sobre as crianças enquanto usuárias críticas de mídia.
Em relação ao papel educativo da mídia, nos debates, concordamos em aliar a educação e a comunicação para promover a reflexão e a ação das crianças também nos produtos de mídia. O papel da ecsola também foi lembrado para que haja uma maior relação das tecnologias, que tanto agradam a nova geração da infância, com os conteúdos escolares.
Assim, esperamos ter contribuído com nossa pesquisa para as discussões sobre infância e mídia digital, além de agradecermos as contribuições e os contatos com os novos colegas também pesquisadores. Nos próximos eventos de Comunicação, talvez possamos nos rever e compartilhar nossos resultados de pesquisa sobre o universo infantil e a mídia em seu cotidiano.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

As nossas crianças...

Bom, como já adiantei, o texto de hoje apresenta alguns dados sobre as crianças da pesquisa. No questionário, as perguntas tinham a intenção de conhecer um pouco mais as crianças e seu contato com a Internet.
Dos 34 alunos da classe, apenas 2 faltaram à aula no dia em que estive na escola, e, infelizmente, não responderam nossas perguntas. Verifiquei que todos os alunos têm acesso ao computador e apenas um deles assinalou que não tem acesso à Internet. Esses dados confirmam a tese de crianças eletrônicas, termo que usamos para nos direcionar a essa geração que tem contato, quase diário e na própria casa, com os meios eletrônicos, principalmente a TV e o computador.
A grande maioria dos alunos usa o computador diariamente para trabalhos e pesquisas escolares, divertir-se por meio de jogos e conversar com os amigos, via e-mail, MSN e Orkut. Ao questionarmos sobre o que falta na Internet, jogos e informações para crianças foram os itens que mais se destacaram. Isso nos ajuda a pontuar uma lacuna na Internet que nosso webjornal pretende preencher. A segurança também foi lembrada pelas crianças, já que no nosso primeiro encontro destacamos o perigo que a Internet traz, principalmente com a divulgação de fotos das crianças.
O Orkut e o MSN foram mais uma vez lembrados como atividades, das quais a maioria das crianças participa. O dado revela a importância que as crianças dão aos relacionamentos pessoais e sociais, via computador, o que favorece a discussão sobre interação em uma mídia digital e como podemos desenvolver novas ferramentas para promover essa tal interatividade – tão discutida em pesquisas e textos.
Para finalizar, perguntamos o que as crianças acham das informações da Internet. Entre as respostas, destacaram-se: “algumas boas e outras ruins”, “legais e interessantes” e “nem todas são verdadeiras, algumas são mentirosas”. Essas opiniões das crianças contribuem para definirmos o tipo de informação que elas buscam na Internet e o que esperam da mesmas, já que um aluno pontuou o aprendizado como importante a partir dessas informações.
Essa breve descrição de nosso grupo de pesquisa mostra que estamos nos relacionando com crianças antenadas com as tecnologias e que buscam principalmente se relacionar e se divertir em sites na Internet. E, esperamos descobrir um pouco mais sobre os interesses e as opiniões das crianças sobre sites infantis com a próxima etapa da pesquisa. Até lá, uma boa semana a todos!