sexta-feira, 25 de abril de 2008

O primeiro encontro!

O primeiro encontro com as novas crianças, os sujeitos da pesquisa, já aconteceu. Na semana passada, a coordenadora da escola me apresentou a professora de Português da 5ª B. Muito simpática, ela permitiu que eu desenvolvesse a pesquisa com a classe durante sua aula nas quintas-feiras. Deixo aqui, então, já registrado meu agradecimento a você, professora!
Mas, e os alunos? No dia 17, em um contato de quase 15 minutos, pude me apresentar à classe e explicar brevemente o trabalho que faríamos juntos a partir desta semana. Esse momento foi necessário para entregar os termos de autorização para que os pais assinassem e, assim, as crianças participarem da pesquisa. Com o compromisso firmado entre mim e os alunos para trazer, no dia 24(ontem), os termos assinados, despedi-me.
A primeira impressão com a classe foi excelente. Já senti que vou me surpreender muito com essa nova geração da infância. Eles ficaram muito empolgados por trabalhar com a Internet. Confirmam, então, o que um autor americano, Dan Tapscott, fala da Geração Digital. Eles já nascem respirando tecnologias. Não posso negar que essa empolgação traz uma responsabilidade a mais para a pesquisa. E, espero que essa motivação continue assim durante todo o nosso trabalho.
Vamos, então, ao nosso primeiro encontro. Ontem, começamos nossa pesquisa em uma conversa descontraída (apesar da “intimidação” do gravador sob a mesa da professora). Depois de recolher os termos assinados pelos pais (faço um parêntesis aqui também para agradecer a confiança dos pais desses alunos e enfatizar que espero contribuir para a formação deles), discutimos a prática jornalística. Inacreditável, os alunos conhecem o lead, mesmo sem saber que esse é o nome que damos para as seis perguntas básicas de uma notícia – o quê, quem, quando, onde, como e por quê. As entrevistas também foram motivo de debate em nossa dinâmica. Em anos anteriores, parte da turma realizou um trabalho de jornalista-mirim ao entrevistar bombeiros.
Voltamos nossa discussão para os Meios de Comunicação e, assim como nas pesquisas anteriores, verifiquei que a televisão é ainda a fonte maior de entretenimento e informação para as crianças. Porém, acho que em breve isso pode mudar. Tendo como base esse grupo, já posso assinalar a presença do computador e da Internet em seu cotidiano com bastante freqüência. Quando começamos a discutir o que é Internet e sites, quase todos quiseram se manifestar. O Orkut e o MSN foram citados como práticas diárias na Internet. Nesse momento, tive que alertá-los sobre os perigos de invasão de privacidade e alguns riscos que o uso abusivo de Internet pode trazer para eles. Mesmo assim, a exaltação continuou.
Uma aluna questionou sobre como se faz um site. Já adiantei que esse é o problema de nossa pesquisa. Afinal, no fim do nosso trabalho, teremos um webjornal! E, para começar a estruturar as características desse site, preciso conhecer melhor cada um desses 34 alunos. Para isso, eles responderam um breve questionário sobre o acesso e o uso do computador e da Internet. No nosso próximo encontro aqui no blog, farei observações sobre as respostas das crianças. Já as fotos que tirei desse encontro, serão arquivadas para uso no trabalho final (esse é um dos compromissos com os pais).
Antes de encerrar nosso encontro, deixei anotado na lousa o endereço do Jornalismo para Crianças. A partir de agora, ou quem sabe antes mesmo desta postagem, as crianças já encontraram o blog e se sentiram à vontade para comentar. Como muitas delas também têm seu blog, espero encontrar essas novas crianças muitas vezes nesse ambiente virtual de relacionamento. Àquelas que passarem por aqui, aviso que nossos próximos encontros em sala-de-aula, ou melhor, no Laboratório de Informática, serão nos dias 15 e 29 de maio (se nenhum problema acontecer). Até lá, bons estudos para todos nós!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Uma nova viagem à infância

Inicio, a partir de hoje, mais um relato de uma viagem à infância. Sou uma apaixonada pelo universo infantil e pelo jornalismo. Assim, decidi em minhas pesquisas na graduação em Jornalismo e, agora, no Mestrado em Comunicação Midiática, ambas na Unesp de Bauru, estudar a relação das crianças como a mídia, pensando na formação crítica desse novo leitor a partir do contato com as informações da realidade. As pesquisas "Olhar da Infância: um relato da mídia impressa" e "Infância em papel: o jornalismo infantil no interior" discutiram o papel dos suplementos infantis para as crianças. Como defendo a participação das crianças na análise e produção de uma mídia atenta às necessidades informacionais e expectativas infantis, realizei pesquisas de campo com mais de 150 crianças de 10 a 12 anos entre os anos de 2005 e 2006. Como continuidade desses trabalhos, agora em 2008, começo uma nova pesquisa de campo com 34 alunos de uma escola pública em Bauru para entender sua relação com a mídia digital. Nosso objetivo final é construir um webjornal infantil, adequado às características e aos interesses informacionais das crianças. Com esta breve apresentação, começo o meu relato de pesquisa a fim de contribuir com a interação entre as crianças e a informação na mídia digital.